Hoje é domingo, dia de
eleições. Cada cidadão brasileiro, querendo ou não, vai depositar seu voto nas
urnas ou justificar sua ausência, é obrigatório, e esse ato é visto como o
cumprimento do dever cívico. Sabemos que precisamos estar em dia com a justiça
eleitoral para que possamos viajar para fora do país, participar de concursos
públicos, conseguir empréstimo em bancos estatais entre outras coisas; mas será
que é isso que nos motiva a votar?
A quantas anda nossa
consciência politica e nosso senso de responsabilidade pelo destino do lugar
onde vivemos? Estamos atravessando um momento histórico bastante conturbado,
que manifesta-se através de uma sucessão
de denúncias de corrupção, acusações de uso da máquina do Estado para benefício
próprio e enriquecimento ilícito, processo de impeachment, delações premiadas e campanhas que se
sustentam basicamente na acusação do adversário, no lugar de sustentarem-se em
propostas viáveis de correção da rota da nação; não fosse trágico, seria
cômico.
A propaganda política
apresentada para nós, eleitores, foi bizarra e surreal. Uma enxurrada de
mentiras, de promessas falsas e fantasiosas, slogans infantilóides, personagens
que beiram e ultrapassam o ridículo. Entretanto, nada disso justifica a nossa
omissão.
Muito provavelmente, tudo
o que temos presenciado é fruto da nossa irresponsabilidade cívica, da
imaturidade e ignorância politica, do comodismo que nos faz engolir o que vem
pronto. Ou ainda, do maniqueísmo que nos faz classificar esta ou aquela
ideologia como representante única da verdade ou da mentira. Olhamos para esses
personagens políticos e neles projetamos o céu ou o inferno, o salvador da
pátria ou o seu destruidor...
É tempo de acordar, de
lidar com a realidade possível, de se fazer escolhas menos passionais e mais
fundamentadas em informações claras e objetivas, que não estão disponíveis na
televisão, mas que podem ser buscadas por cada um de nós graças à tecnologia
que dispomos. É tempo de entender que a mudança que queremos ver no mundo passa
pela mudança em nós; que a integridade que gostaríamos de perceber nos
governantes eleitos passa pela busca da nossa própria integridade, pelo
aperfeiçoamento do nosso caráter, pela conquista da retidão e da justiça em nossas próprias ações
cotidianas.
O mundo é só um espelho
que reflete o que nele projetamos, e o outro, seja ele quem for, é a
representação de um aspecto nosso, mais sombrio ou mais radiante.
Boa votação!
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